" Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?"
De Mia Couto, Publicado por Rolo no Fórum metin2 pt.
Nada há para acrescentar a este texto, acho que diz tudo o que deve e pode ser dito, e tal e qual como o Mia diz, tenho pena desta geração tão materialista e cega.
Espero que mais leiam isto e que caiam dentro de si.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?"
De Mia Couto, Publicado por Rolo no Fórum metin2 pt.
Nada há para acrescentar a este texto, acho que diz tudo o que deve e pode ser dito, e tal e qual como o Mia diz, tenho pena desta geração tão materialista e cega.
Espero que mais leiam isto e que caiam dentro de si.
quinta-feira, abril 07, 2011
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Acabei de ver um documentário e esta frase teve um certo impacto: "Se houver um problema na sociedade, e não conseguirem arrancar dinheiro solvendo-o, então, provavelmente não será resolvido".
Chama-se "The Venus Project". Fala e explica o porquê da nossa sociedade ser uma valente porcaria e também explica o que o projecto tem como objectivo, como por exemplo, porquê usar combustíveis fosseis, que são escassos e poluentes, se temos tecnologia suficiente para fazer render todas as energias renováveis que seriam capaz de alimentar TODO o planeta... e quando digo todo o planeta é mesmo todo!
Dão como exemplo a energia Geotérmica que consiste em aproveitar o calor da terra para gerar energia. Se agarrássemos em toda a energia geotérmica, esta gerava cerca de 2000zj, e a energia necessária para alimentar o planeta durante um ano INTEIRO é de apenas 0,5zj, e o melhor disto tudo é que esta energia está CONSTANTEMENTE a ser renovada!
Feito em associação com o Zeitgeist Movement, este projecto, a meu ver, tem um futuro brilhante pela frente mas, para isso acontecer, tem de haver uma enorme mudança de mentalidade, que acredito que possa acontecer, mas teríamos TODOS de abrir os olhos e ver a porcaria de sociedade em que vivemos.
Tem uma ideias muito interessantes, algo utópicas também, mas se daqui aproveitar-mos algumas delas podemos melhorar imensamente o nosso mundo e o das gerações que estão para vir!
Aqui ficam as 2 partes deste documentário!
Se virem no youtube, podem activar as legendas carregando em CC e depois em Traduzir Legendas.
Chama-se "The Venus Project". Fala e explica o porquê da nossa sociedade ser uma valente porcaria e também explica o que o projecto tem como objectivo, como por exemplo, porquê usar combustíveis fosseis, que são escassos e poluentes, se temos tecnologia suficiente para fazer render todas as energias renováveis que seriam capaz de alimentar TODO o planeta... e quando digo todo o planeta é mesmo todo!
Dão como exemplo a energia Geotérmica que consiste em aproveitar o calor da terra para gerar energia. Se agarrássemos em toda a energia geotérmica, esta gerava cerca de 2000zj, e a energia necessária para alimentar o planeta durante um ano INTEIRO é de apenas 0,5zj, e o melhor disto tudo é que esta energia está CONSTANTEMENTE a ser renovada!
Feito em associação com o Zeitgeist Movement, este projecto, a meu ver, tem um futuro brilhante pela frente mas, para isso acontecer, tem de haver uma enorme mudança de mentalidade, que acredito que possa acontecer, mas teríamos TODOS de abrir os olhos e ver a porcaria de sociedade em que vivemos.
Tem uma ideias muito interessantes, algo utópicas também, mas se daqui aproveitar-mos algumas delas podemos melhorar imensamente o nosso mundo e o das gerações que estão para vir!
Aqui ficam as 2 partes deste documentário!
Se virem no youtube, podem activar as legendas carregando em CC e depois em Traduzir Legendas.
Ontem a noite estive a ver uma das séries que mais marcou a minha infância: "Undergrads". Se pesquisarem iram ver porquê, embora pareça estúpido e sem qualquer nexo, marcou-me de tal forma que nunca pude esquecer o titulo... Até que hoje descobri que só tinha 13 episódios.
Após acabar de vê-los, toda a minha infância me passou pela cabeça e senti-me... vazio.
Tudo isto fez-me querer recuar 19 anos atrás e voltar a viver tudo.
O que quero dizer com isto é que todos nós acabamos por pôr a nossa infância para trás das costas e esquecê-la parcialmente ou até totalmente quando, na verdade, é a melhor, maior e mais importante época da vida.
É ela que decide se seremos irrequietos ou mais tranquilos, é ela que decide se seremos pacientes ou apressados, simpáticos ou antipáticos, enfim, a infância é que nos molda!
Quando se é puto, há uma pressa enorme em crescer, em querer fazer isto ou aquilo e quase que nos esquecemos de viver a idade de ouro. Na verdade, passamos os dias focados no queremos ser e não no que somos, queremos atingir metas e esses são os objectivos e, sem nos aperceber-mos, adapta-mo-nos a melhor personalidade possível para os conseguir e mandamos fora aquilo que viemos a construir desde o momento em que vimos luz pela primeira vez.
É verdade que devemos olhar para o futuro, mas então e as boas memórias? Aquela vez em que se tropeça não sei onde de chega-se a casa a sangrar do joelho e ainda levamos com aquele ralhete de que não gostamos em cima...
Isso sim são os maiores tempos da nossa vida, no entanto toda a gente, em prol de objectivos, prefere sentir-se vazios.
É verdade que o mundo está ali numa esquina pronto para te fazer cair, mas quando os problemas são levados com uma seriedade tal que nos esquecemos de tudo o resto, estamos com graves problemas.
Como disse há uns tempos a uma amiga minha, "A sanidade mental é um trabalho a tempo inteiro", mas há gente que prefere não entender.
Chamem-me criança, mas quero voltar a acordar as 6 da manhã para ver mais um episódio repetido de Dragon Ball, quero saber se o Ash capturou o pokemon, quero sair a rua com uma bola e, sem ser preciso chamar ninguém nem combinar nada com ninguém, todos aparecem para mais um derby épico até que ouço ralhar por não ir jantar, quero ferir os joelhos e esfolar os cotovelos numa estúpida queda de bicicleta... sim, queria voltar a viver isto tudo, mas...
Sem pressa.
Após acabar de vê-los, toda a minha infância me passou pela cabeça e senti-me... vazio.
Tudo isto fez-me querer recuar 19 anos atrás e voltar a viver tudo.
O que quero dizer com isto é que todos nós acabamos por pôr a nossa infância para trás das costas e esquecê-la parcialmente ou até totalmente quando, na verdade, é a melhor, maior e mais importante época da vida.
É ela que decide se seremos irrequietos ou mais tranquilos, é ela que decide se seremos pacientes ou apressados, simpáticos ou antipáticos, enfim, a infância é que nos molda!
Quando se é puto, há uma pressa enorme em crescer, em querer fazer isto ou aquilo e quase que nos esquecemos de viver a idade de ouro. Na verdade, passamos os dias focados no queremos ser e não no que somos, queremos atingir metas e esses são os objectivos e, sem nos aperceber-mos, adapta-mo-nos a melhor personalidade possível para os conseguir e mandamos fora aquilo que viemos a construir desde o momento em que vimos luz pela primeira vez.
É verdade que devemos olhar para o futuro, mas então e as boas memórias? Aquela vez em que se tropeça não sei onde de chega-se a casa a sangrar do joelho e ainda levamos com aquele ralhete de que não gostamos em cima...
Isso sim são os maiores tempos da nossa vida, no entanto toda a gente, em prol de objectivos, prefere sentir-se vazios.
É verdade que o mundo está ali numa esquina pronto para te fazer cair, mas quando os problemas são levados com uma seriedade tal que nos esquecemos de tudo o resto, estamos com graves problemas.
Como disse há uns tempos a uma amiga minha, "A sanidade mental é um trabalho a tempo inteiro", mas há gente que prefere não entender.
Chamem-me criança, mas quero voltar a acordar as 6 da manhã para ver mais um episódio repetido de Dragon Ball, quero saber se o Ash capturou o pokemon, quero sair a rua com uma bola e, sem ser preciso chamar ninguém nem combinar nada com ninguém, todos aparecem para mais um derby épico até que ouço ralhar por não ir jantar, quero ferir os joelhos e esfolar os cotovelos numa estúpida queda de bicicleta... sim, queria voltar a viver isto tudo, mas...
Sem pressa.

Claro que é! - respondem eles
Na minha opinião, não.
Acho que uma das piores coisas que me podem dizer é que sou parecido com este ou com aquele.
Gosto de ser eu, por que raio tenho EU ser parecido com eles?
Antes quero que me digam: És mesmo parecido contigo mesmo rapaz. Embora não faça sentido, para mim faz.
Não há nada mais verdadeiro do que dar asas a suas personalidade e ser quem somos, mas sempre controlando os nossos defeitos. Há que ter isso em consideração.
Dizer, não gosto disto, não porque estão 1000 pessoas que não gostam e 10 que gostam, mas sim porque é o que achamos e nada mais que isso. Fazer as coisas de que gostamos, não porque mandam, mas simplesmente porque gostamos.
Vejo muita gente a escrever frases todas pipis, com algo como "Sou simplesmente eu", ou então o super clássico "Vocês riem-se de mim porque sou diferente, eu rio-me de vocês porque são todos iguais". Ai pergunto-me "Serás simplesmente tu?, Serás mesmo diferente?".
Como é que se consegue ser simplesmente nós quando vestimos as roupas que nos mandam, ouvimos a musica que nos impingem, fazemos as coisas que nos comandam e ainda gritamos de plenos pulmões "Sou diferente de vocês todos, cambada de robôs!".
Estamos numa linha de montagem desde a idade 0 até ao fim da data de validade.
Pois é minha gente, hoje trago um tema que sempre me perturbou e me proporcionou muitas questões.
Falo sim da religião. Desta manifestação em massa do quanto uma ilusão pode ser destruidora. É verdade.
Por um lado, concordo com o facto de as pessoas acreditarem que há um ser superior que tem como função comanda-los da melhor maneira para que atinjam o tão desejado objectivo pedido pelos seus deuses. De certa forma, dá-lhes força por pensarem que têm uma "pessoa" a olharem por eles, a tomarem conta deles. Sim, uma motivação vinda de não sabemos onde mas que nos dá uma força enorme de acreditar que somos capazes de tudo.
Quando começa a entrar num outro campo... Então aí... Aí não me venham com tretas que jesus é aquilo, que deus é isto, que Alá dá-te 72 virgens e tudo mais!
A partir do ponto em que uma religião nos impede de viver com os outros membros desta bola de neve que está cada vez maior, que nos obriga a matar os nossos semelhantes, que nos obriga a seguir rituais estúpidos e sem qualquer nexo, então ai posso dizer, para que raio queremos ter uma religião?
Se olharem bem para isto, é exactamente neste estado que o mundo se encontra.
Por causa de crenças mata-se. Por causa do medo de arder num fogo eterno, não fazemos isto e aquilo.
Olhem bem para isto! A religião não passa de um limitador! É equivalente aquelas palas que se põem nos burros assim só olham para a frente e não se distraem! É como darem-te asas mas prenderem-te o pé ao chão com uma corda. Consegues voar, mas numa área muito limitada.
A religião impede-nos de evoluir simplesmente porque nos limita as acções e, a pala disso, ninguém consegue conviver com ninguém.
Por estes motivos é que lamento ter sido baptizado e introduzido numa religião com a qual não me identifico. Não quero se comandado por algo que nunca ninguém viu e que ninguém tem a certeza se existe ou não. Quero sim fazer o que acho correcto sem me preocupar com o que um ser todo poderoso pode fazer, e como eu milhares de pessoas já abriram os olhos e identificam-se como "Anti-religiões", por isso é que é normal que a igreja tem vindo a perder cada vez mais dinheiro.
Falando em dinheiro, isso leva a outra questão. A igreja não passa de um negocio! "Paga para assegurares o teu lugar no céu". Esperem lá. O Céu é algum estádio para eu pagar quotas e ter lá lugar cativo? É alguma forma de suborno?
Adiante.
Mais uma pequena coisita, as pessoas vão a igreja só para parecer bem, não digo todas, mas uma GRANDE parte. As aparências contam muito, infelizmente.
Não quero saber de igreja nenhuma, não quero saber do papa (embora não lhe deseja nada de mal atenção, mas para mim é apenas uma figura importante), não quero saber de longas caminhas a um sitio, não quero acender velas, não quero saber de nada disso.
A todos esses que acreditam e que me chamam parvo, bem, eu respeito-vos.
Falo sim da religião. Desta manifestação em massa do quanto uma ilusão pode ser destruidora. É verdade.
Por um lado, concordo com o facto de as pessoas acreditarem que há um ser superior que tem como função comanda-los da melhor maneira para que atinjam o tão desejado objectivo pedido pelos seus deuses. De certa forma, dá-lhes força por pensarem que têm uma "pessoa" a olharem por eles, a tomarem conta deles. Sim, uma motivação vinda de não sabemos onde mas que nos dá uma força enorme de acreditar que somos capazes de tudo.
Quando começa a entrar num outro campo... Então aí... Aí não me venham com tretas que jesus é aquilo, que deus é isto, que Alá dá-te 72 virgens e tudo mais!
A partir do ponto em que uma religião nos impede de viver com os outros membros desta bola de neve que está cada vez maior, que nos obriga a matar os nossos semelhantes, que nos obriga a seguir rituais estúpidos e sem qualquer nexo, então ai posso dizer, para que raio queremos ter uma religião?
Se olharem bem para isto, é exactamente neste estado que o mundo se encontra.
Por causa de crenças mata-se. Por causa do medo de arder num fogo eterno, não fazemos isto e aquilo.
Olhem bem para isto! A religião não passa de um limitador! É equivalente aquelas palas que se põem nos burros assim só olham para a frente e não se distraem! É como darem-te asas mas prenderem-te o pé ao chão com uma corda. Consegues voar, mas numa área muito limitada.
A religião impede-nos de evoluir simplesmente porque nos limita as acções e, a pala disso, ninguém consegue conviver com ninguém.
Por estes motivos é que lamento ter sido baptizado e introduzido numa religião com a qual não me identifico. Não quero se comandado por algo que nunca ninguém viu e que ninguém tem a certeza se existe ou não. Quero sim fazer o que acho correcto sem me preocupar com o que um ser todo poderoso pode fazer, e como eu milhares de pessoas já abriram os olhos e identificam-se como "Anti-religiões", por isso é que é normal que a igreja tem vindo a perder cada vez mais dinheiro.
Falando em dinheiro, isso leva a outra questão. A igreja não passa de um negocio! "Paga para assegurares o teu lugar no céu". Esperem lá. O Céu é algum estádio para eu pagar quotas e ter lá lugar cativo? É alguma forma de suborno?
Adiante.
Mais uma pequena coisita, as pessoas vão a igreja só para parecer bem, não digo todas, mas uma GRANDE parte. As aparências contam muito, infelizmente.
Não quero saber de igreja nenhuma, não quero saber do papa (embora não lhe deseja nada de mal atenção, mas para mim é apenas uma figura importante), não quero saber de longas caminhas a um sitio, não quero acender velas, não quero saber de nada disso.
A todos esses que acreditam e que me chamam parvo, bem, eu respeito-vos.
Nestes últimos tempos tenho assistido a pessoas com um orgulho, digamos que, maior que o mundo em si, e não pude deixar de reparar o quão destruidor uma coisa tão simples pode ser.
Passo a explicar.
Já repararam que há pessoas que se chateiam e passado um tempo chegam a conclusão de quem afinal tinha razão mas apenas e só por ORGULHO não vão falar porque querem ser donos da razão e, a pala disso, podem perder um amigo, quiçá um amor...
É verdade. Há quem lhe chame teimosice, mas não passa mesmo de alguém que gosta de ter razão no que faz/diz.
O orgulho cega as pessoas, impedindo-as de se abrirem para novos horizontes. É como queres passar a fronteira de um pais mas não te deixarem porque achas que o teu é o melhor.
Pessoalmente considero-me algo orgulhoso, mas tenho andado a controlar isso e olhar sempre para o lado certo das coisas. Tentar perceber, analisar factos e, se chegar a conclusão que a outra pessoa está certa, podem ter a certeza que vou falar pessoalmente com esse mesmo individuo e peço-lhe desculpa, agora se tenho 100% certeza que estou certo bem me podem tentar fazer mudar de opinião que... as vezes conseguem. Atenção que é só as vezes, porque quando tenho ideias fixas, é que não vale a pena :P
É verdade, sou uma mente aberta. Gosto de explorar coisas novas, analisar ideias novas.
Há uns anos, vi nas Caldas da Rainha uma parede onde tinha escrito "Your mind is like a parachute: Keep it open" (A tua mente é como um para-quedas: Mantêm-a aberta), e isso fez-me pensar... do mesmo modo que gostaria que pensassem nisso.
Atenção que não estou a dizer que ser orgulhoso é mau, simplesmente há que saber ver quando a outra pessoa está certa.
Passo a explicar.
Já repararam que há pessoas que se chateiam e passado um tempo chegam a conclusão de quem afinal tinha razão mas apenas e só por ORGULHO não vão falar porque querem ser donos da razão e, a pala disso, podem perder um amigo, quiçá um amor...
É verdade. Há quem lhe chame teimosice, mas não passa mesmo de alguém que gosta de ter razão no que faz/diz.
O orgulho cega as pessoas, impedindo-as de se abrirem para novos horizontes. É como queres passar a fronteira de um pais mas não te deixarem porque achas que o teu é o melhor.
Pessoalmente considero-me algo orgulhoso, mas tenho andado a controlar isso e olhar sempre para o lado certo das coisas. Tentar perceber, analisar factos e, se chegar a conclusão que a outra pessoa está certa, podem ter a certeza que vou falar pessoalmente com esse mesmo individuo e peço-lhe desculpa, agora se tenho 100% certeza que estou certo bem me podem tentar fazer mudar de opinião que... as vezes conseguem. Atenção que é só as vezes, porque quando tenho ideias fixas, é que não vale a pena :P
É verdade, sou uma mente aberta. Gosto de explorar coisas novas, analisar ideias novas.
Há uns anos, vi nas Caldas da Rainha uma parede onde tinha escrito "Your mind is like a parachute: Keep it open" (A tua mente é como um para-quedas: Mantêm-a aberta), e isso fez-me pensar... do mesmo modo que gostaria que pensassem nisso.
Atenção que não estou a dizer que ser orgulhoso é mau, simplesmente há que saber ver quando a outra pessoa está certa.
A falta de ideias deixo-vos aqui uma musica de uma banda que descobri há pouco tempo.
Caracterizam-se pelas suas letras irónicas e sarcásticas, mas sempre mantendo um ritmo que se pode chamar "feliz" :P
Para quem não conhece, são os Reel Big Fish, uma banda que tem por género o Ska-Punk, embora na minha opinião não seja totalmente Ska.
Btw, não levem a letra da musica para o mal, gosto muito de vocês todos! :P
É só carregar no mini-botão play aqui em baixo!
Caracterizam-se pelas suas letras irónicas e sarcásticas, mas sempre mantendo um ritmo que se pode chamar "feliz" :P
Para quem não conhece, são os Reel Big Fish, uma banda que tem por género o Ska-Punk, embora na minha opinião não seja totalmente Ska.
Btw, não levem a letra da musica para o mal, gosto muito de vocês todos! :P
É só carregar no mini-botão play aqui em baixo!
Infantilidades. Com tecnologia do Blogger.
Gosta-me :D
Who am I?
- Stefanosauro
- Pouco ou nada tenho para dizer sobre mim. Nasci no Canadá, vivi 12 anos de puro divertimento e... vim para Portugal, até hoje. A partir dai, também me diverti, mas não é a mesma coisa. Tenho uma certa vontade de falar sobre variadíssimos temas que me passam pela cabeça assim de longe a longe.
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